"Programação para autistas? Temos!"
Chega o final de semana e sempre rola aquela dúvida. O que vamos fazer em família? Não é fácil decidir. Com Francisco, de 13 anos, sempre temos que analisar todos os detalhes. É cheio? Tem muito barulho? Precisamos enfrentar fila? Será que ele não vai se incomodar com o ambiente? Será que ele aguenta ficar lá por muito tempo? Achar a programação certa para um autista é sempre um desafio. E piora quando você tem um outro filho de 10 anos sempre pronto para novas aventuras. Nesses impasses, é importante buscar aquilo que possa ser bom para todos.
Separei aqui algumas dicas que podem ser úteis.
- Nos últimos tempos algumas iniciativas estão ajudando a aumentar a oferta de programações que incluam toda a família ou mesmo adaptadas às necessidades comuns aos autistas. Chico, por exemplo, é um assíduo frequentador das exposições do CCBB- Rio. Ele já curtiu várias opções dentro do projeto CCBB Educativo, que é um luxo. E o melhor é que é gratuito. As unidades do CCBB de São Paulo, Brasília e Belo Horizonte também realizam a mesma atividade. São peças sensoriais, espaços adaptados, entre outras atrações. Vale a pena conferir.
- Uma outra opção para quem curte cinema são as atividades da Sessão Azul. Duas psicólogas, cansadas de ouvir a reclamação de pais que não achavam opções para levar os filhos autistas, resolveram desenvolver um projeto que garantisse isso às famílias. São sessões de cinemas só para autistas em diversas cidades brasileiras. As crianças podem correr, gritar, o som é mais baixo e os pais não precisam se preocupar se elas estão incomodando alguém.
- Tivemos também uma ótima experiência no AquaRio, que também faz parte do programa Sessão Azul. Já foram feitas cinco sessões especiais de visitação ao local somente com autistas. A abertura é uma hora antes do público em geral, as luzes de emergência ficam acesas e vários voluntários e funcionários acompanham a visitação. As crianças amam. Os animais, as cores, a água, tudo no local traz ao passeio um toque especial. Para saber mais sobre as atividades e participar das sessões basta acessar o site.
Ainda falta muito para se dizer que o mercado cultural é inclusivo, mas algumas iniciativas são exemplares. Com certeza, os museus, centros culturais e espaços públicos de lazer deveriam dar uma olhadinha no projeto CCBB Educativo ou buscar consultoria com os organizadores da Sessão Azul. O que é bom é para ser copiado, compartilhado e replicado em outros lugares, trazendo cada vez mais opções para quem tem filhos, netos, sobrinhos, afilhados e amigos autistas. Mais inclusão, por favor!
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