Dividir as angústias é a melhor saída
Pela primeira vez participei de uma reunião com pais de autistas, em um bate-papo para trocar ideias, dúvidas e experiências. Estava ainda um pouco temerosa de como seria, se não seria uma experiência triste ou desanimadora. Só que foi o oposto. Cheguei atrasada e o assunto era a grande batalha por inclusão nas escolas públicas e privadas, os problemas enfrentados por alguns e as experiências que estão funcionando. E foi muito interessante. Mesmo sem saber a história da maioria, pude rapidamente concluir: os problemas estão em todas as camadas sociais, em todos os cantos, em qualquer escola. Ninguém está plenamente cumprindo a lei, dificilmente fazendo a inclusão da forma que deveria ser.
É óbvio que ver tanta batalha, tanta briga e discussão é desanimador. É claro que seria melhor chegar e ouvir boas ações, processos positivos e encorajadores. Só que foi diferente. Mesmo em meio a tanta batalha, você se sente mais forte ao ouvir e dividir experiências. Ao sair, já comprometida a participar da próxima reunião, entendi que a principal lição daquela noite foi entender que temos necessidade de dividir as nossas experiências e ouvir o que os outros estão enfrentando. Quando você está em uma situação onde a lei não é cumprida, onde as regras são nebulosas e a sociedade se mostra totalmente despreparada, a única forma de seguir é se unindo. Canso de ver pais e parentes de autistas tentarem esconder a real situação, evitarem falar do assunto e até mesmo negar a deficiência e seus filhos. Isso só faz piorar o dia-a-dia de todos. Pense que um outro pai, quem você menos espera, pode ter uma realidade parecida com a sua, ter enfrentado os mesmos problemas e já ter consigo a forma de superar várias barreiras. Esconder a deficiência, seja qual for, não vai fazer a vida de ninguém melhor. Muito menos a sua.
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